Eu como professora de 3º ciclo e tendo cerca de 6 alunos NEE, venho desabafar que no início do ano lectivo senti-me perdida. Pediram-me tantos papeis e pouco soube acerca dos meninos “diferentes” que ia ter na sala de aula. Ao longo do ano lectivo tentei fazer o meu melhor mas sinto que não foi o suficiente. Precisava de ajuda. Por isso decidi tirar a especialização no dominio cognitivo e motor.
Ainda temos que debravar muito terreno no que diz respeito à inclusão dos meninos NEE, nas nossas salas de aula.
É certo e sabido que a escola é feita para ninguém, ou seja, tem no seu expoente máximo o aluno médio e uma média é sempre virtual. Se os somarmos todos e voltarmos a dividir temos alguém que na realidade não existe. Este pensamento não me assusta nem o considero pessimista, antes pelo contrário, dá-me mais liberdade para ousar, para fazer coisas diferentes, para estar menos preocupada com a conta ou com o erro ortográfico e apostar no que vai realmente fazer falta. Esta selecção é sempre feita com um sorriso e com muita sedução porque da mesma maneira que os alunos são muito diferentes também o são os professores e nem sempre PODEM, atenção que não considero que não querem, fazer o que lhes diz o…coração. Sim porque, embora lamechas, é onde tudo vai desembocar.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
(Luís de Camões, In os Grandes Clássicos, p.26)
Para que a inclusão seja uma realidade, é necessário rever uma série de barreiras.
Investir na proposta de diversificação de conteúdos e práticas que possam melhorar as relações entre professores e alunos.
Na minha opinião, neste momento os professores ainda se encontram perdidos diante dos alunos portadores de necessidades especiais.
Os professores de educação especial bem se esforçam, mas as horas semanais atribuídas para estarem com cada criança são ridículas. Como é que em 1h ou 2h semanais com uma criança com NEE se vai conseguir fazer alguma coisa por ela.
Abreu
Olá Abreu,
Obrigada por participares neste nosso debate/reflexão.
Aqui vai uma sugestão.
Era muito importante que todos os professores fizessem uma especialização nesta área, todos os administradores deste blog estão a tirar uma Pós Graduação em Educação Especial – Domínio Cognitivo e Motor e estamos a gostar é muito enriquecedor.
CarlaXana
Olá!
Ao longo dos meus anos de professora, tenho tido sempre alunos com NEE, e com este curso e esta especialização, irei contribuir para juntar a toda experiência que tenho tido com eles, para ter outras perspectivas de uma forma sistémica e progressiva perante as adversidades que possam surgir.
Considero que a maior dificuldade se centra no seguinte:
realmente perceber as dificuldades dos alunos (principalmente dos alunos com NEE mas também dos outros) e saber qual a melhor forma para ajudá-los a desenvolver as suas competências e superar as suas dificuldades.
Assim, a dificuldade dos professores passa, na minha perspectiva, exactamente por não saberem quais as melhores estratégias e os melhores métodos e materiais a utilizar, porque também não conhecem a fundo as dificuldades e as capacidades dos seus alunos (não querendo com isto atribuir qualquer culpa a nós, professores).
A dificuldade dos professores prende-se ainda com o facto de as turmas serem grandes e terem 25 ou 26 alunos que têm necessidades educativas bastante diferentes.
Penso que só conseguiremos ultrapassar estes problemas se as horas não lectivas forem atribuídas para trabalho cooperativo e colaborativo, nas quais os professores pensarão estratégias e elaborarão materiais em conjunto para todo o universo dos seus alunos. Tal só será possível numa escola que seja capaz de questionar as suas práticas, as suas políticas e as suas atitudes da comunidade educativa, conseguindo assim percorrer com menos dificuldade o caminho da inclusão.
Também estou de acordo que enquanto a escola não for capaz de parar para se questionar sobre a sua cinética na Educação Especial, não há evolução que se justifique o tempo perdido.
helenacarvalho said,
Maio 2, 2010 @ 14:07
Eu como professora de 3º ciclo e tendo cerca de 6 alunos NEE, venho desabafar que no início do ano lectivo senti-me perdida. Pediram-me tantos papeis e pouco soube acerca dos meninos “diferentes” que ia ter na sala de aula. Ao longo do ano lectivo tentei fazer o meu melhor mas sinto que não foi o suficiente. Precisava de ajuda. Por isso decidi tirar a especialização no dominio cognitivo e motor.
Ainda temos que debravar muito terreno no que diz respeito à inclusão dos meninos NEE, nas nossas salas de aula.
Gui said,
Maio 23, 2010 @ 18:50
É certo e sabido que a escola é feita para ninguém, ou seja, tem no seu expoente máximo o aluno médio e uma média é sempre virtual. Se os somarmos todos e voltarmos a dividir temos alguém que na realidade não existe. Este pensamento não me assusta nem o considero pessimista, antes pelo contrário, dá-me mais liberdade para ousar, para fazer coisas diferentes, para estar menos preocupada com a conta ou com o erro ortográfico e apostar no que vai realmente fazer falta. Esta selecção é sempre feita com um sorriso e com muita sedução porque da mesma maneira que os alunos são muito diferentes também o são os professores e nem sempre PODEM, atenção que não considero que não querem, fazer o que lhes diz o…coração. Sim porque, embora lamechas, é onde tudo vai desembocar.
helenacarvalho said,
Maio 26, 2010 @ 20:19
olá GUi,
Obrigada por participares neste nosso debate/reflexão.
Helena
alebanapereira said,
Junho 2, 2010 @ 0:34
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
(Luís de Camões, In os Grandes Clássicos, p.26)
Abreu said,
Maio 26, 2010 @ 22:24
Para que a inclusão seja uma realidade, é necessário rever uma série de barreiras.
Investir na proposta de diversificação de conteúdos e práticas que possam melhorar as relações entre professores e alunos.
Na minha opinião, neste momento os professores ainda se encontram perdidos diante dos alunos portadores de necessidades especiais.
Os professores de educação especial bem se esforçam, mas as horas semanais atribuídas para estarem com cada criança são ridículas. Como é que em 1h ou 2h semanais com uma criança com NEE se vai conseguir fazer alguma coisa por ela.
Abreu
carlaxana said,
Maio 26, 2010 @ 22:41
Olá Abreu,
Obrigada por participares neste nosso debate/reflexão.
Aqui vai uma sugestão.
Era muito importante que todos os professores fizessem uma especialização nesta área, todos os administradores deste blog estão a tirar uma Pós Graduação em Educação Especial – Domínio Cognitivo e Motor e estamos a gostar é muito enriquecedor.
CarlaXana
irenepontes said,
Junho 6, 2010 @ 22:46
Olá!
Ao longo dos meus anos de professora, tenho tido sempre alunos com NEE, e com este curso e esta especialização, irei contribuir para juntar a toda experiência que tenho tido com eles, para ter outras perspectivas de uma forma sistémica e progressiva perante as adversidades que possam surgir.
R. said,
Junho 13, 2010 @ 23:08
Considero que a maior dificuldade se centra no seguinte:
realmente perceber as dificuldades dos alunos (principalmente dos alunos com NEE mas também dos outros) e saber qual a melhor forma para ajudá-los a desenvolver as suas competências e superar as suas dificuldades.
Assim, a dificuldade dos professores passa, na minha perspectiva, exactamente por não saberem quais as melhores estratégias e os melhores métodos e materiais a utilizar, porque também não conhecem a fundo as dificuldades e as capacidades dos seus alunos (não querendo com isto atribuir qualquer culpa a nós, professores).
A dificuldade dos professores prende-se ainda com o facto de as turmas serem grandes e terem 25 ou 26 alunos que têm necessidades educativas bastante diferentes.
Penso que só conseguiremos ultrapassar estes problemas se as horas não lectivas forem atribuídas para trabalho cooperativo e colaborativo, nas quais os professores pensarão estratégias e elaborarão materiais em conjunto para todo o universo dos seus alunos. Tal só será possível numa escola que seja capaz de questionar as suas práticas, as suas políticas e as suas atitudes da comunidade educativa, conseguindo assim percorrer com menos dificuldade o caminho da inclusão.
helenacarvalho said,
Junho 14, 2010 @ 11:29
Olá ruthyie
Tal e qual,
Também estou de acordo que enquanto a escola não for capaz de parar para se questionar sobre a sua cinética na Educação Especial, não há evolução que se justifique o tempo perdido.
Helena Carvalho